sábado, abril 19, 2008

Entendendo a complexidade da crise subprime americana:

Entender a crise não é fácil (vide as tentativas de David Leonhardt, em um excelente artigo para o NYT), mas permitam-me oferecer um similar nacionar pesquisado pelo nosso intrépido correspondente Noronha:

É assim: o seu Sebastião tem um bar, na Vila Carrapato, e decide, que vai vender cachaça “na caderneta” aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o preço que os pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco do seu Sebastião, um intrépido administrador formado em curso de emibiêi, decide que a caderneta das dívidas do bar constitui, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços como garantia.
Uns seis zécutivos e bancos mais tarde, a caderneta do seu Sebastião se transformou em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer, e está sendo negociada como se fosse título sério nos mercados de 33 países.
Até que alguém descobre que os bêubo da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar a conta do boteco'.

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